segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Desejo mórbido de matar-te


Hoje, acordei furibunda
E antes de sentir o calor do sol
Romper pela janela entreaberta
Senti um desejo mórbido de matar-te
Não com balas, nem com facas
Mas com pétalas de rosas vermelhas
Imersas em pedaços da minha alma dolente
Matar-te com águas perfumadas
Oriundas de nascentes cristalinas
Das montanhas húmidas de saudade
Matar-te raivosamente
Com o afago das minhas mãos
Trémulas de desejo
Por tanto querer acariciar-te
Matar-te com o soluço da minha voz
Sedenta da tua

Sabes… é isso o que me apetece fazer
Todos os dias quando acordo
E a tua lembrança rasga a minha mente
Como um vendaval de ar fresco
Perfumado com a fragrância do teu sorriso.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Sento-me ao lado do tempo


Sento-me ao lado do tempo
do tempo que o tempo me dá
falo-lhe sofregamente
do tempo que já não está
ouço-o sorrir
em gargalhadas de luar
estremecendo-me docemente
como se me quisesse afagar
sinto-me seduzida
pelo tempo que o tempo me dá
pergunto-lhe porquê
se o tempo passado será.

E no silêncio do tempo
vislumbro a resposta
que meigamente o tempo me dá