sábado, 11 de janeiro de 2014

Dorme no meu peito as asas do tempo



















Dorme no peito as asas do tempo
em gestos suspensos à porta do silencio
a boca calada de beijos, pendurados
nas vagas agitadas dos olhos famintos

Dorme no peito o dorso do sonho
cansado e sovado pela renúncia do som
cai nas mãos delineando-se em grito
nas rasuras infindas da mente proscrita

Dorme no peito a cor do poema
palavras sepultadas nos lábios rubros
frases arqueadas pelo sabor do gosto
degustado na pele seca de fonemas

E dorme no meu peito as asas do tempo,
feito folhas brancas soltas no vento, nuas


Escrito a 08/01/14

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