Quando digo de mim
há um bocal ofuscado que me suga
nos beirais dos olhos insanos
um ciclo perigoso cola-se ao peito
e desdiz as mares secas dos olhos
Quando digo de mim
da ponta do espinho solta-se
o reverso do tempo por onde escorre
enxames de beijos roubados
presos à boca.
Alucinando…
Quando digo de mim
o aço estremece
na lisura dos dedos febris
e as partículas adormecidas
gemem ao lado do vento
famintas de ti
Quando digo de mim
calo-me num rosário aceso
na sombra da noite
Escrito a 14/11/14
Sem comentários:
Enviar um comentário